26/01/11

METODOLOGIAS NA TEOLOGIA PRÁTICA

José da Silva Lima – Teologia Prática Fundamental, Fazei Vós, Também. Universidade Católica Editora, Lisboa, 2009
Capítulo VII, Metodologias na Teologia Prática – pp. 275 a 308.

Na teologia as técnicas de investigação têm de estar adequadas às finalidades pretendidas. Contudo, com o avançar do tempo e o desenvolvimento da sociedade é necessário reflectir sobre a metodologia usada.
Há um diálogo e uma convivência entre a Teologia e as várias Ciências Sociais Humanas, que foram aperfeiçoando os seus métodos ao longo do tempo. A Teologia Pastoral aparece como parceira e mediadora do diálogo entre as Ciências Sociais e a Teologia. A Teologia Pastoral dá o seu parecer positivo, aprende e ajuda ao desenvolvimento dos saberes.
Aqui, vamos apresentar uma reflexão sobre os métodos em Teologia Pastoral e várias técnicas de investigação apropriadas à construção da Igreja.

1. Da Dedução à Indução. Um novo ponto de partida
A Teologia Pastoral, através do método dedutivo, fez um percurso para introduzir nas práticas concretas a razão teológica das fórmulas dogmáticas. Neste sentido, a Teologia Prática seria uma conclusão de todos os saberes, tanto bíblicos, como de práticas eclesiais e a “arte de bem-fazer” os rituais da Igreja. Assim foi até ao Concílio Vaticano II. Deste modo, a Teologia Prática estava submetida ao método dedutivo. Segundo Laurent Gagnebin, os pastores aproveitavam as investigações feitas por outros e noutros lugares, resultantes de investigações feitas e não expunham novos saberes. Os professores de Teologia Prática limitavam-se a transmitir os seus conhecimentos, dando exemplos da sua experiência. Daí que esta fosse uma disciplina secundária. Por ser um método de elaboração de doutrinas com certos princípios e propostas de aplicação na acção, M. Midali deu-lhe o nome de “método aplicativo”.

Doutrina → a aplicar na → praxis pastoral

Apesar de ser teórico, este procedimento mantém uma relação profissional com a prática. Foi usado, e deu fruto na época anterior ao 25 de Abril de 1974, e também pelo Concílio Vaticano I para aprofundar a dimensão pastoral da Teologia.
O método dedutivo impõe alguns limites na Pastoral, questionando se serão apenas algumas conclusões ou se é mesmo Teologia. Por ser um método aplicativo é subordinado. Portanto, e nos tempos que correm, dada a heterogeneidade e pluralidade social e religiosa, não se pode entregar o ensino da Pastoral a docentes sem formação teológica. Deste modo, este método é inadequado.

1.1 A transição
Desde o Concílio Vaticano II que o procedimento dedutivo tem sido posto em causa. Influenciado pelas Ciências Sociais e Humanas a nova proposta metodológica foi encontrada do outro lado dos saberes teológicos sistematicamente elaborados. Construi-se um novo ponto de partida: as práticas sociais em meios heterogéneos. Partiu das experiências concretas para o fazer, ou seja, o método indutivo “da prática aos saberes”. A prática da fé foi o ponto de partida.

O Autor desta transição foi G. Casalis que defendia a prática como factor epistemológico decisivo. Esta viragem traz consigo aspectos empíricos e técnicas próprias das Ciências Sociais que se cruzam com a Teologia. Inicialmente, este método indutivo, Teologia Pastoral, foi uma grande aposta e era feito de maneira inversa ao dedutivo.

Dados empíricos → a aplicar nas → práticas pastorais

O método indutivo também foi muito aplicativo. Contudo, trouxe à Teologia Prática a consciência da incarnação dos saberes na realidade sócio-eclesial das comunidades. Assim surgiram novos ambientes eclesiais nos pós 25 de Abril.

Contudo, este método indutivo tem um limite de aplicabilidade. As ciências Sociais fornecem à pastoral os dados técnicos, mas estes fogem da realidade teológica. Deste modo, “os operadores do evangelho” sentem-se hesitantes. O método indutivo sem participação no diagnóstico pode conduzir a conclusões erradas; e desse diagnóstico não faz parte a fé, dado mais importante.

Para evitar diagnósticos incorrectos, a Teologia deve fazer parte desse diagnóstico como “instrumento de análise crítica”.

2. O Método da correlação

Marc Donzé, professor de Teologia Prática, apresenta um novo método em cinco etapas. A primeira é a da percepção das “práticas problemáticas” e suas questões; a segunda é a análise crítica das questões; a terceira é a correlação; a quarta é a do projecto, para agir melhor nas pastorais, e a última é a da verificação, se o projecto é ou não viável. Este método põe a teologia no próprio processo de avaliação.

Outro autor, L. Gagnebin, fala-nos em linearidade dos métodos, quer dedutivo quer o indutivo, sendo estes opostos simetricamente.

Partindo da bíblia ou das práticas, o processo é o mesmo e o esquema é triangular, como explica M. Midali. É um esquema de três e onde há sempre uma relação entre os elementos: a Teologia, a Prática e as Normas. Segundo L. Gagnebin, o Espírito seria o vértice da pirâmide, havendo entre os elementos uma verdadeira correlação Teológica. Assim, o teólogo usa da sua inteligência e do saber fazer para reconstruir um discurso fundado na Palavra. Deste modo, a Teologia Prática vai interpretar a realidade de uma forma crítica, tendo sempre presente Deus.

M. Midali faz um esquema da junção do método dedutivo com o indutivo:

Doutrina → a aplicar às práticas pastorais ← Dados empíricos

Segundo o autor, este método é relevante pelo facto de conjugar três dados importantes da Teologia Prática, tendo como principal objectivo a acção pastoral. Para tal, há uma conjugação dos “princípios da Doutrina da Igreja”, como situações importantes, favorecendo as “normas práticas”.
Porém, a prática demonstrou a insatisfação deste método conjugativo, uma vez que não se podem conciliar dados empíricos com princípios da revelação. Deste modo, este não é adequado à Teologia Prática.

2.1. Ver, julgar, agir
O método mais usado nos últimos decénios, e também presente na Gaudium et Spes, está dividido em três momentos: ver, julgar e agir. Foi proposto por um movimento de Acção Católica, “Revisão de Vida”. Este surgiu na descoberta do sentido cristão da vida pela Juventude Operária Católica, fundada em 1925 pelo padre Belga Cardijn. Esta revisão consistia em rever a vida no trabalho, na família e dar um juízo evangélico às descobertas e desenvolvia-se em torno de três verdades essenciais: a experiência, a fé e o método. Tinha como ponto de partida o facto da vida, e como referência iluminadora o Evangelho. O objecto era a mudança e conversão.

O Concílio Vaticano II afirmou que os leigos deveriam aprender a ver, julgar e agir à luz da fé. Aplicado à acção eclesial, este método seria explicado da seguinte forma:

 - “Observação pastoral” (ver) – de uma forma crítica e sem deturpar a realidade, é um momento activo e, por isso, ligado à acção pastoral. Deve apurar a realidade na sua profundidade (valores, normas, onde, quando, porquê…);

- “Interpretação pastoral” (julgar) – a compreensão da realidade faz-se através do Evangelho e das experiências comunitárias, para tal é preciso perceber a lógica da Revelação à luz da fé;

- “Acção pastoral” (agir) – este ponto indica os caminhos a percorrer na edificação da Igreja, ou seja, traduzir na acção a realidade do mundo, para assim agir melhor, sob a luz da fé.

Práticas vigentes → Teoria → Práticas reorientadas
Ver/julgar →[quadro doutrinal] → Agir

Este método baseado na revisão de vida possibilita uma maior atenção às realidades e uma constante interpretação da Tradição da Igreja e um espírito inventivo. Segundo a hermenêutica da situação, só há uma leitura autêntica da realidade se houver uma interpretação antropológica, teológica e cosmológica; só há um apuramento dos dados através da relação que existe entre o homem, Deus e o mundo. A hermenêutica da Tradição é um trabalho aprofundado de coerência e de coesão. A hermenêutica proporcional faz surgir o futuro da “Igreja”, incentivando a concretização do Reino de Deus.

2.2. Caminho empírico - crítico
Miller e Poling apresentam um novo caminho empírico crítico em seis etapas.
O primeiro passo é a descrição da experiência vivida, ou seja, de conversa com o contexto para perceber a realidade da comunidade.
O segundo passo trata de não criar absolutos a partir da experiência, mas de ser vigilante em relação aos discursos fenomenológicos. Uma vez que conserva a distância dos discursos experienciais, a Teologia Prática é uma Teologia crítica.
O terceiro passo define a correlação que existe entre cultura e tradição cristã, através do recurso à analogia, procurando saber as experiências da comunidade cristã.
O quarto passo trata de interpretar o sentido e o valor dos dados anteriores e aprofunda o que é crucial para os homens de hoje. “É no valor e no sentido que a Boa Nova de Deus se cruza e autentifica a experiência vivida pelas comunidades”.
O quinto passo é da hermenêutica da própria comunidade. Aqui detecta-se a maturidade das próprias pessoas da comunidade.
O sexto passo trata de desenvolver orientações e planos para a comunidade particular, dando-lhe novas oportunidades de experiências.
Este método tem uma base empírica e hermenêutica. A Teologia Prática não sobrevive sem Teologia e sem Ciências Humanas, funcionando como plataforma de cruzamento de saberes e interpreta os “rumores de Deus” nos tempos em que se constrói a Igreja.


3.    Método de teor projectivo e de discernimento
Vendo-se confrontado com os limites dos métodos anteriores, M. Midali apresenta um novo método, o método projectivo, onde articula os elementos dos métodos já apresentados.
Divide este novo método em três fases de acção:
1.    Kairológica: onde analisa e avalia as situações;
2.    Projectiva: projecta o que deseja na praxis;
3.    Estratégica: programa a passagem entre as situações dadas e as desejadas.
Estas são fases correlativas, em que o centro é a “projectualidade teológico-prática”.

Fase kairológica ↔ Fase estratégica ↔ Fase projectiva
Prática vigente ↔ Caminho para…  ↔ Metas a longo prazo

As diferentes fases apresentadas pelo autor têm vários momentos. Estes são sapienciais e metodológicos.
A fase kairológica tem como objectivo analisar crítica e criteriologicamente as situações e a praxis eclesiais. Portanto, aqui existem vários momentos: fenomenológico, interpretativo, criteriológico e normativo. Esta fase tem uma visão teológica. A fase kairológica, o autor realça o último momento, o normativo, afirmando tratar-se de um cultivo ao discernimento da realidade à luz da Teologia. Por isso, o objectivo do discernimento é o de revelar valores religiosos, morais e culturais do passado para conservar e colher novos valores e expressões; discernir aspectos e abandonar e manter outros; perceber desafios; esclarecer problemas; criticar e repudiar de acordo com os casos; acolher sinais de esperança e denunciar os de não esperança.
A fase projectiva só se aplica tendo o diagnóstico da primeira fase. Nesta fase identificam-se, descrevem-se e interpretam-se os objectivos a atingir a longo prazo, para obter uma prática renovada nas comunidades. Podemos assistir a momentos: o crítico-hermenêutico, o normativo e o criteriológico. Responde-se, num processo de discernimento teológico, à pergunta: até onde se quer chegar?
A terceira fase é a da estratégia. Esta pretende descobrir os elementos necessários para passar de situações analisadas a situações concretas. Em causa está um conjunto de acções que vão levar as comunidades a práticas concretas, como planos anuais ou plurianuais com programas adequados. Desta fase fazem parte três momentos: o descritivo que define os operadores, as modalidades de acção, os recursos necessários e as rectificações; o normativo e kairológico que fazem a apresentação dos papéis, definem as regras e o tipo de intervenção; e o momento criteriológico que incentiva à prática interdisciplinar.
O autor apresenta este método como:
1.    Empírico – porque respeita as práticas actuais e procura práticas renovadas;
2.    Crítico – porque desenvolve nas várias fases uma interpretação dos dados, das metas e das estratégias;
3.    Teológico – porque é guiado pela luz da fé nas várias situações;
4.    Projectivo – porque pretende projectar práticas renovadas.
Este método traz-nos uma novidade em três pontos: primeiro, propõe uma metodologia teológica de início e fim; segundo, é inovador, dado que reflecte sobre um projecto; terceiro, é uma proposta pneumatológica porque o discernimento, a estratégia e a prática só se atingem com a força do Espírito. Por isso, este método identifica-se como “kairológico-projectivo”.

3.1    Discernimento teológico – pastoral

Na obra Convertire Giona, Sergio Lanza apresenta um novo método, o discernimento teológico-pastoral. Ele afirma que o principal meio para dinamizar a renovação de uma comunidade cristã é a projectualidade e o discernimento. Esta proposta surgiu numa crítica às metodologias já vigentes que eram vistas como “utopias tradicionais”, porque se prendiam demasiadamente ao passado, pretendendo copiá-lo; “utopia futurista”, como se a esperança no futuro estivesse nas contínuas invenções e utopia marxista porque pensavam numa emancipação da sociedade. Eram metodologias insuficientes (dedutivo e indutivo), esqueciam a lei da incarnação e baseavam-se em estatísticas. Sergio Lanza, contudo, quer manter as questões relacionadas com as orientações, os projectos e a programação. Foi no seguimento desta crítica que propôs o método do discernimento teológico-pastoral. Este apresenta três fases:
1-    Análise e avaliação;
2-    Decisão e projecção;
3-    Actuação e verificação.
Estas são componentes construtivas baseadas na Teologia que seguem um percurso kairológico, prático-operativo e criteriológico (como M. Midali).
Sergio Lanza apresenta-nos uma teologia do discernimento, sendo o seu método teológico. Vê a realidade à luz do Espírito Santo, que acolhe, exercitando-se na leitura dos sinais do tempo. É um método de acção e compreensão; não é de teor técnico, mas activo e responsável, inspirado pelo Espírito que procura renovar as comunidades.
O discernimento tem como referência a eclesiologia de comunhão, ou seja, é um trabalho que a comunidade exerce em conjunto, um trabalho comunitário e não cada um isoladamente. Sendo um método teológico exige a conversão como transformação interior e implica uma “maturidade sapiencial”, isto é, dar uma orientação à vida baseada na humildade, na paciência e na sensatez.
O acto de discernimento exige competências, na medida em que deve ser um acto inteligente, saber separar e optar e tomar uma decisão. Deve testemunhar a caridade, formando comunidades abertas e acolher todos os seres humanos.
Lanza resume em cinco etapas o discernimento:
1.    A questão;
2.    A questão rezada;
3.    A questão reflectida;
4.    A questão tornada objectivo;
5.    A questão em via de solução.
Assim sendo, o discernimento é o centro do método e o sujeito é toda a comunidade cristã, activa e participativa. Este método dedica sempre um tempo à verificação dos dados e dos resultados, sendo este um momento indispensável. Daqui vai resultar o projecto para a comunidade. Um projecto de co-responsabilidade e comunhão, onde estão presentes o perdão, o diálogo e a escuta. Este projecto vai ajudar a comunidade, e a Igreja em geral, a crescer e a reedificar-se num tempo e num espaço. Portanto, é um projecto dinâmico e aberto, mas também sujeito à verificação.
Esta proposta é importante dado que projecta a acção pastoral de uma forma teológica. Aplica o discernimento sempre com uma atitude espiritual. É uma proposta sensata e ideal para as comunidades.

4.    Diálogos com as ciências sociais e humanas
É de salientar o diálogo existente entre as Ciências Sociais e Humanas e a Teologia Prática. As Ciências com maior relevo foram: a Pedagogia e a Psicologia – para a catequese e a formação; a Antropologia, Sociologia e História – para responder ao processo de secularização. Estas ciências eram obrigatórias como recurso.
A segunda metade do século XX foi marcada pela passagem por três fases:
Primeira – relação de cautela e desconfiança no que respeita aos saberes e controlo na escolha dos professores e da matéria leccionada.
Segunda – até aos inícios do século XXI; época dos “censos das práticas dominicais” e análise da “religiosidade”; houve uma quebra nos compromissos a longo prazo.
Terceira – é de teor crítico e de proposta de diálogo multidireccional.
Em 1995, Jean Joncheray apresentou “três modelos de relação entre sociologia e teologia”.
No primeiro, modelo de tipo preliminar, os dados apresentados pela sociologia funcionavam como ajuda no diálogo entre pastores e os seus destinatários. No segundo modelo, modelo de teor utilitário, a sociologia fornecia conselhos para a organização, sendo os sociólogos especialistas. No terceiro, modelo de confrontação, o diálogo aparece na frente. É neste ponto que se encontra a Igreja e que se desenvolvem os saberes da Teologia Prática.
No seu diálogo a Teologia inclui o transcendente, algo que a Sociologia deixa em aberto. A Teologia Prática é o palco para apresentar a relação existente entre as Ciências Sociais e o discurso Teológico. As Ciências Sociais têm um papel importante e crítico, dado que obrigam a um diálogo interdisciplinar: a Teologia Prática precisa da descrição das situações, e o diálogo só é possível mediante uma ligação à Teologia e à Tradição. Portanto, o diálogo entre as ciências Humanas e a Teologia acaba por fortalecer os seus saberes.
Tendo um “lugar hermenêutico”, a Teologia Prática desenvolve-se em quatro partes, segundo Browning:
1.    Interpretação da prática;
2.    Diferentes saberes empíricos;
3.    Organização e planificação da intervenção;
4.    Reflexão teológica subjacente ao processo.
Assim sendo, a interdisciplinaridade confere à Teologia Prática um desenvolvimento e uma partilha de sentidos e de saberes.

4.1    Uma equipa
No diálogo interdisciplinar, a Teologia Prática tenta sempre mostrar Deus nas situações concretas. Independentemente dos momentos metodológicos, devem ter-se em conta os seguintes aspectos: a comunidade e as suas práticas, a leitura crítica interdisciplinar e a projecção de situações novas. Estes são os aspectos indispensáveis.
Segundo Ramiro Prat i Pons, é muito importante que a equipa de trabalho para levar a cabo a proposta seja bem formada e consciente do lugar e do serviço que ocupa na Igreja. Portanto, não é uma tarefa de requisição, mas um serviço a prestar.

4.2    Algumas técnicas de recolha
Antes de mais, importa referir que não se deve confundir metodologia com processos e técnicas de recolha de Deus. Dado que estas são de natureza empírica.
Em zonas francófonas, a metodologia mais utilizada é a qualitativa. Esta, orientada por um “observador”, produz e analisa os dados descritivos, detectando e interpretando as práticas, para formalizar a hipótese de um programa ou projecto de transformação.
As técnicas mais usadas neste tipo de metodologias são:
- A biografia: faz referência a itinerários de vida e analisa o meio social. As informações são recolhidas através de entrevistas com o indivíduo e da leitura de documentos pessoais. Permite detectar mudanças e perceber práticas da pastoral da Igreja;
- A técnica etnográfica: centra-se na observação participante, ou seja, o investigador participa activamente na vida e nos rituais das comunidades para os analisar em profundidade. Esta participação activa juntamente com informações dadas por elementos importantes da comunidade constituem bases suficientes e sólidas para avançar com propostas de transformação pastoral.
- A técnica de “estudo de caso”: centra-se no estudo em profundidade de um caso particular. É necessário identificar bem o “caso” a estudar para conseguir responder ao “porquê” e ao “como” dos fenómenos. É um instrumento que permite perceber dinâmicas sociais com as quais a Igreja trabalha.
O recurso a estas técnicas permite um estudo em profundidade das práticas das comunidades. Contudo, para serem aplicadas é exigida preparação e flexibilidade no que respeita ao terreno e às questões a colocar.
As comunidades constroem-se num tempo e num espaço, podem ou não gerar riqueza e as técnicas ajudam ao seu conhecimento.
Raul Oliveira Fernandes

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